Monday, May 22, 2006

Pensamentos Idiotas que seriam maravilhosos se um dia realizados

Eu tenho umas raivinhas de certos hábitos que nem eu mesmo entendo. Quer ver uma coisa: tenho um desejo sangrento de que o cara que dirige com o braço pra fora da janela do carro tenha sua mão decepada em uma batida na esquina. Sério, quase desejo isso pro cara. Porque me irrita. Pra mim, colocar o braço pra fora do carro é como dizer: "Aê, sai da frente que eu sou malandro; dirijo com uma mão só, tá vendo? e ainda tiro uma onda. Eu sou foda."
Daí eles passam por mim e eu fico pensando: "E se passasse um ônibus agora e levasse o braço do cara pra bem longe? E se ele perdesse o controle do carro e esmagasse esse cotovelo arrogante contra um muro?"

Outra coisa que estou com um desejo enorme: de jogar um chope na cara de alguém. Que nem em filme. Imagina a cena: você chega em um bar, encontra o idiota que em menos de uma semana saiu de príncipe encantado a idiota e pega um chope e taca na cara dele!

Tem também o estilo low profile, que consiste em você delicadamente virar o copo na cabeça do seu alvo. Mas e a reação do outro? Bom, se for alguém tão bagaceiro quando você, ele vai sentar a mão na sua cara - mas aí tem que agüentar, afinal de contas você é uma pessoa que vira um copo de chope na cara de outra, não é qualquer tapinha que vai te derrubar! Mas se você é adepto do estilo low profile, pode ser que o seu objeto de ódio também seja, e apenas fique olhando pra você, surpreso demais pra reagir, e com chope pingando da orelha.

Ah se eu tivesse a certeza das reações! Seria tão bom observar os pingos na orelha de quem não te deu a chance de viver um grande amor abandonando tudo já no segundo encontro...

Tuesday, May 09, 2006

Falta Fé

Sou uma pessoa sem fé. Alguém que há muitos anos declarou ser ateu, e desde então não consegue se apegar a nenhum tipo de crença. Sou um ser humano que não consegue acreditar em Deus e nem em Destino com D maiúsculo, ou Céu x Inferno. Faço minhas as palavras do Quintana: "O mistério está aqui".
Durante anos eu tinha a certeza de ter encontrado no ateísmo a maior verdade do mundo. Mas agora - que ironia - invejo todos aqueles que acreditam em uma força suprema. Descobri que sem uma crença em algo é muito difícil aturar o mundo e a vida como eles são, cheios de surpresas deliciosas e desagradáveis, prontos para provarem o inesperado. Mas agora que vejo que não posso viver sem um sentido maior nisso tudo, cadê que eu consigo me interessar por alguma religião? Não consigo. Olho para tudo com certo desdém e com um cinismo que não consigo me livrar. Eu tento ver o lado bom de cada tipo de fé, mas acabo me deparando com dogmas absurdos que não consigo entender. E aí, volto para o lado dos que não acreditam em nada.
O problema é que toda essa secura tem me atingido no peito. Falta fé no trabalho, com os amigos, com a família. Falta fé em mim. Demoro a acreditar que alguma coisa vai melhorar, porque para mim não existe mudança em uma pessoa. E daí eu vejo o quão triste é uma existência sem uma crença. As pessoas são capazes de mudar, desde que por algo muito maior e mais belo do que as coisas que existem neste mundo. Pena que eu não sei se esse algo existe.